segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Shine On (Jet, 2006)

Tão logo me viciei em Get Born (2003), procurei ansioso pelo álbum seguinte do Jet.

"Jet who?"

Jet, caros, é a banda mais relevante de rock inglês old school da Austrália depois de Beatles. [Newsflash: Beatles, segundo fontes seguras, não é da Austrália – o que eleva Jet ao topo dessa categoria tão pouco específica. Não vou mentir para vocês, odeio Beatles; com todas as forças da minha alma e fazendo pactos para odiar mais. Hahaha... ok, não tanto assim. Odeio apenas o bastante para não ouvir voluntariamente.]

Continuando: Get Born é uma obra de um nível sobre-humano de legalzice. É ao mesmo tempo tão despretensioso e inspirado que levaria alguém a crer que a salvação do rock está nas mãos dos australianos. [Eu... não disse isso, disse?] Arrebatado por um negócio tão legal que até hoje não consegui parar de ouvir, naturalmente quis mais. Começou com os b-sides, mas não era o bastante. Eu PRECISAVA de um disco novo, inteiro. Fui me libertando gradualmente desse estágio lembrando todos os dias da regra de ouro da indústria fonográfica atual: se o primeiro álbum é brilhante, o segundo será um lixo feito nas coxas para aproveitar o sucesso do primeiro. Passei a aguardar um novo disco apenas para confirmar essa teoria e conseguir alguma paz de espírito, até que ocasionalmente desisti de esperar. Incidentalmente, quando fui sintonizar Get Born no trabalho, dei de cara com ele: Shine On.

Meu choque só teria sido maior se ao mesmo tempo tivesse conhecido a capa, assustadora. Peço que não se alarmem, e espero que a imagem a seguir não os assombrem em sonhos. Lembrem-se que eles estão longe, separados de nós por muitos quilômetros de oceano.


Logo na 1ª audição (que é sempre a mais difícil), ficou claro que Shine On é bem legalzinho. [Lembrando: "legalzinho" é pior que "legal", mas "bem legalzinho" beats all.] O conjunto é tão uniformemente bom que fica difícil destacar alguma música. Put Your Money Where Your Mouth Is, o primeiro single, é uma boa amostra do que se esperar dos caras. Até achei que começariam lançando às rádios faixas mais facinhas como Eleanor ou All You Have To Do – que são legais também, mas calminhas. A baladinha escolhida para essa função, porém, foi Bring It On Back, também legal. Talvez seja isso que impeça o album de ser tão marcante quanto o primeiro; Are You Gonna Be My Girl? é tão estupidamente irada que vale Get Born por si só. E acho que ainda vou ouvir mais este do que Shine On – mas é sempre bom ter mais músicas quando as pessoas à sua volta reclamam de estar ouvindo as mesmas 13 faixas pela terceira vez seguida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nada que venha da terra do men at work pode ser a salvação do rock

Salmo 40edez, artigo 3, coluna do meio...

Michel disse...

Estaria você insinuando que Men at Work é banda aquém de perfeita?