quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Do capim se faz livro

Outro dia estava pensando sobre capim. Sério. Capim nasce em qualquer lugar, quase em desafio às adversidades. Capim se cria em poeira de canto de estrada, até das asfaltadas. (Surpreendente que não haja capim no meu quarto, como o Hique já sugeriu que seria possível.) Nasce até em lugares distantes (como? quem semeia? pássaros?), conquista novos espaços, desconhece limites. O capim audaciosamente nasce onde nenhum vegetal jamais nasceu. Deveria ser a bandeira dos revolucionários e a inspiração dos oprimidos.

Nunca dei muita bola para capim, mas depois dessa reflexão passei a admirar a plantinha profundamente. Tanto que meu próximo* livro** será sobre capim***. Aposto com vocês que consigo escrever umas 200 páginas coerentes consecutivas tendo capim como tema. Com alguns figurantes humanos, naturalmente (como o "gato levado" e o "jardineiro louco" do documentário Weed, hahaha... alguém mais lembra disso?)

Sério, eu vou fazer. Não vai ser rápido, mas eu vou escrever. E até mostrar para as pessoas.

Gente, é sério.

* Por "próximo" não entendam que já houve algum outro, ou que está cronologicamente próximo. Entendam "vai vir depois – talvez muito".
** Provavelmente editor nenhum vai se interessar por algo tão exdrúxulo, então "livro" pode significar "website" neste contexto.
*** É sério.

sábado, 27 de janeiro de 2007

One more to rule them all

Meu sobrinho nasceu! =']

Ontem. Vou vê-lo hoje. Detalhes amanhã.

(Mentira, não vou contar nada para vocês.)

2007.01.29 • 00h11:
As novas
gerações estão assimilando tudo muito mais rápido. O recém-chegado ao clã já tinha perfil no Orkut e vídeo no YouTube* um dia depois de nascer.

* Se vocês prestarem bastante atenção, eu sou aquela camiseta preta sem cabeça sem voz sem movimento totalmente figurante ao lado da cama.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

[Insira o título aqui]

Hoje não tem post, porque passei a noite no MSN trocando trocadilhos com o Hique e depois conversando com a Renata, e agora preciso dormir. Exceto se faltarem poucas linhas para caracterizar um post e eu possa preenchê-las com dummy text.

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(Pronto.)

2007.01.26 • 20h31:
Totalmente 'vinheta do Não Perturbe'; shame on me and on my lack of creativity.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Slay yer guts

De bobeira no mercado (comprando manteiga, de fato), encontrei um produto de nome muy bizarro: batatas fritas Slayer, da empresa de alimentos Beija-Flor (tudo muito relacionado à batatas ou comida ou Universo). A embalagem é assustadoramente feia e amadora, e traz no verso todo aquele texto padrão de salgadinho: "Slayer acompanha você em qualquer lugar, a qualquer hora, blablabla". O pacote solitário estava largado no meio das Ruffles, provavelmente por conta de algum crime.

Agora, imagina: é possível que o responsável pelo nome saiba realmente o que significa "slayer" ou ele – como quero acreditar – simplesmente achou o nome bonito e moderno? I say: spontaneous combustion required NOW.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

The new adventures of the old new guy

Hoje apareceu o new guy para me ajudar com os convites atrasados. Na verdade, já havia aparecido outro new guy na semana passada, apelidado instantaneamente de Kojak e rebatizado pouco depois como Chacal, porque o Gerson esqueceu o primeiro apelido e enjambrou um segundo que achou parecido. Diz-se que um dia conosco foi trauma suficiente para ele; não voltou mais.

O novo new guy parece simpático e talvez até cool. Ele nem é tão novo, tem 30, e gosta de punk rock, thank gods. [Pandora, aliás, cai como luva se você está meio puto e quer ouvir punk rock o dia todo – en español: "Pandora es muy persupuesta si estás putito e quieres escuchar rock loco hasta quedarse muy loco y mandar los clientes para Bahia."] Também parece saber o que está fazendo; provavelmente sabe mais do que eu, o danado/bastardo. Mas não ameaça tomar o meu lugar porque não tem o meu charme (lógico).

Na saída para o almoço, já começou a me estranhar, achando que eu comia comidas de gente.

new new guy: "Você vai até o Angeloni? Mas o que tem lá?"
Michel: "Vixe, esperaí que vou perguntar pras pessoas normais onde tem um bom lugar para você comer."
nng: "Ué, e você sempre vai de mochila?"
Michel: "Lógico."
nng: "Não pode deixar na gráfica?"
Michel: "E vou levar no bolso carteira, celular e outras coisas? E caneta? Eu posso precisar anotar alguma coisa. E preciso levar papel, ou a caneta vai ser de pouco uso. Você não sente essa vontade compulsiva de anotar coisas quando vai almoçar?"
nng: "Ahn... não."

No final do dia, ele comentou de novo alguma coisa que não lembro sobre eu levar a Carol sempre comigo. Fui obrigado a responder: "Eu tenho uma personalidade fascinante, sabe? A mochila é uma indicação visual, para que as outras pessoas saibam disso imediatamente."

É possível que ele não volte amanhã, por medo de terminar assim.

Atualização

O nome do meu sobrinho – descobri quando via as lembrancinhas que minha irmã está fazendo para... er... ? Bom, não sei para quê. Batismo? – vai ser Matheus, com "th". Como sabiamente apontou um dos presentes, pra virar Mathew (com pronúncia ianque) tá fácil.

Se eu soubesse que valia misturar, teria sugerido "Vazigton" há muito tempo.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Pandeiro Pandora Pandorga Pandango

Seu trabalho é maçante? Você precisa de música constante para acalmar seu impulso assassino sempre que vê um cliente? Já tentou sem sucesso encontrar a rádio online perfeita, que não tenha qualidade telefônica nem anúncios pretensamente divertidos? Está cansado das classificações enganosas que te empurram hip hip por acid jazz e quase qualquer coisa por "modern rock"? Você tem a voz estranha; você é meio viado? [Hmm, pegadinha errada.] Você quer uma rádio que toque apenas o que você gosta? Continue lendo!

Meses de busca contínua finalmente deram frutos: encontrei a rádio online mais linda do mundo. Sabem por que ela é tão linda? Eu vou dizer para vocês: é uma rádio mágica. Toca exatamente o que você gosta, e faz isso através de um procedimento totalmente mágico. Para os leigos em magia, explicarei.

Primeiro passo: escolha uma música que você gosta (pode ser um artista/banda também). Diga para a rádio e ela vai te mostrar as características básicas da dita música. Vai até tocá-la para exemplificar o que está tentando dizer.

Segundo passo: você pensa: "Legal".

Terceiro passo: a rádio sugere outra música de outro artista para ver se você gosta; você diz "sim" ou "não" ou ignora. E ela vai mostrando e mostrando mais músicas. Ocasionalmente, do mesmo artista que originou a seqüência – afinal, você já disse que gosta; não mentiu para ela, certo? (Não minta para ela.)

Quarto passo: provavelmente a coisa já está andando e qualquer comentário adicional da minha parte é desnecessário. Você, porém, pode continuar dizendo para a rádio "Uau, essa música é ótima, toca mais coisas assim" ou "Isso não deveria estar tocando aqui". Como a essa altura você já percebeu que o negócio todo é muito legal e criou uma conta (free; wheee!), tudo isso fica gravado no seu perfil para recuperar sempre que fizer login.

Negócio que contribui bastante para a magia geral é a quantidade de músicas disponíveis. Diz a lenda que há um patrocínio das gravadoras, uma licença especial e tal. Você ouve as músicas na íntegra, de graça. Se você pensa como eu, pensou: "E a pegadinha, onde está?" Sempre tem pegadinha. Mas lembrem-se que eu continuo chamando de mágico mesmo depois de testar e procurar as armadilhas – e encontrei as seguintes:

1ª) Existe um tal limite de vezes por hora em que você pode pular as faixas de que não gosta. O que achei bastante estranho, de fato: quando você diz que não gosta da música, ela pára de tocar e vem a próxima, sem precisar pular, EXCETO se você disser que não gosta logo no começo (como eu fazia com Beatles). Aí ela fica. Se disser que não gosta depois de um tempinho, ela vai embora. (Não perguntem quanto é o "tempinho", testei apenas por um dia.) Uma janelinha diz para você que isso tem a ver com os termos da licença para tocar essas músicas – afinal, é de interesse das gravadoras que você ouça e conheça (e, idealmente, consuma) seus artistas. E tudo bem: depois de alguns cliques, as coisas que tocam são as que você gosta. (Fiquei horas ouvindo uma rádio baseada em Jet. E apenas duas faixas do Beatles vieram me traumatizar.) Os artistas são bem diversificados, não ficam tentando te empurrar mainstream sistematicamente. Exceto se for o que você gosta.

2ª) Vez ou outra pipocam uns anúncios do vácuo, que mudam a aparência do site todo. Nada que cause ataques cardíacos.

Eu poderia guardar tudo isso para mim, mas sou muito legal e vim correndo dividir com vocês amiguinhos.

http://pandora.com/

Feitas as apresentações, resta agora testar os limites. Lets hunt for the really wild stuff.

Dream Theater

To start things off, we'll play a song that exemplifies the musical style of Dream Theater which features hard rock roots, great musicianship, demanding instrumental part writing, meandering melodic phrasing an a dirty electric guitar solo.

Wild stuff. Testei com Megadeth antes e parece que procurar bandas muito peculiares dentro de seu estilo dificulta um pouco o processo. (Nesse caso, começaram a aparecer umas thrashzeiras um pouco thrash demais pro meu gosto.) Mas Dream Theater já é referência básica no estilo.

From here on out we'll be exploring other songs and artists that have musical qualities similar to Dream Theater.

Convenceu ligeiramente. A certa altura, jogou Sonata Arctica e Monster Magnet no meio. Quando começou a tocar Placebo (depois que eu rejeitei algumas músicas), achei que estava desandando violentamente, mas até que havia mesmo algumas similaridades no estilo. Bem poucas, quase imperceptíveis. Na verdade, não tem não; perdeu. Opa. Achou um tal Arena, que realmente está no caminho do que eu esperava. Checando o "Por que você está tocando isso, mesmo?", a rádio me diz que bate com as escolhas que eu fiz – além de várias das características mostradas para o Dream Theater, identificou a predileção pelo "uso proeminente de sintetizadores" dentre minhas aprovações e recusas. (Talvez seja isso mesmo, sei lá.)

Motörhead

Queria alguma coisa suja mas com classe, rápida mas não extrema, com linhas vocais decentes. Comecei pelo Motörhead por falta de idéia mais clara. (Estou testando a facilidade de encontrar coisas de modo indireto. Escolhas banais geram seqüências funcionais e estáveis em poucos minutos, como a minha rádio Jack-Johnson-para-o-horror-(o-horror!)-da-Renata.)

1) Bruce Dickinson, Accident of Birth: perfeito.
2) Brand New Sin, Freight Train: não conhecia, e é legal. I really like this song, play more like this!
3) Exodus, I Am Abomination: no way. Thumbs down.
4) Motörhead, Ace of Spades (Live): também não. Estou querendo achar algo diferente.
5) Jizzy Pearl, Ball and Gag: muito punk. Out.
6) Saxon, Freeway Mad: vozes decentes, vozes decentes, please! Out.
7) Zeke, Crossroads: hahaha... legalzinho. Guitarrista correndo contra o fim do mundo.
8) Metallica, Whiplash: desisto, não há como dizer "Quero vozes mais apresentáveis!" – ou talvez não com poucas escolhas.

Primus

Resolvi pegar pesado. O site ficou quase dois minutos pesquisando para achar a banda, pensei que nem encontraria, mas está lá.

[...] grunge recording qualities, mild rhythmic syncopation, demanding instrumental part writing, extensive vamping and a dirty electric guitar solo.

Sinistríssimo. Segundo a lenda, Primus toca um tipo de música tão específico que o Winamp tem uma categoria só pra banda, afim de evitar o desgaste de tentar enquadrá-la como algum tipo de rock-fusion-progressive-whatever.

1) Smashing Pumpkins, Siamese Dream: ah, coé?
2) Primus, The Heckler (Live): não tenta me enrolar.
3) Livid Colour, Desperate People: de fato, moderadamente insano e suficientemente quebrado.
4) Afi, The Hanging Garden: bastante semelhante, até. Olha o naipe do nome da banda.
5) Little Barrie, Burned Out: eu consigo imaginar um fã de Primus ouvindo isso. (Eu não sou um fã de Primus, então sei lá.) Todas as sugestões tem uma participação marcante do baixo. Isso pode ter alguma relevância, ou eu posso ter citado apenas por falta do que citar.

Shine On (Jet, 2006)

Tão logo me viciei em Get Born (2003), procurei ansioso pelo álbum seguinte do Jet.

"Jet who?"

Jet, caros, é a banda mais relevante de rock inglês old school da Austrália depois de Beatles. [Newsflash: Beatles, segundo fontes seguras, não é da Austrália – o que eleva Jet ao topo dessa categoria tão pouco específica. Não vou mentir para vocês, odeio Beatles; com todas as forças da minha alma e fazendo pactos para odiar mais. Hahaha... ok, não tanto assim. Odeio apenas o bastante para não ouvir voluntariamente.]

Continuando: Get Born é uma obra de um nível sobre-humano de legalzice. É ao mesmo tempo tão despretensioso e inspirado que levaria alguém a crer que a salvação do rock está nas mãos dos australianos. [Eu... não disse isso, disse?] Arrebatado por um negócio tão legal que até hoje não consegui parar de ouvir, naturalmente quis mais. Começou com os b-sides, mas não era o bastante. Eu PRECISAVA de um disco novo, inteiro. Fui me libertando gradualmente desse estágio lembrando todos os dias da regra de ouro da indústria fonográfica atual: se o primeiro álbum é brilhante, o segundo será um lixo feito nas coxas para aproveitar o sucesso do primeiro. Passei a aguardar um novo disco apenas para confirmar essa teoria e conseguir alguma paz de espírito, até que ocasionalmente desisti de esperar. Incidentalmente, quando fui sintonizar Get Born no trabalho, dei de cara com ele: Shine On.

Meu choque só teria sido maior se ao mesmo tempo tivesse conhecido a capa, assustadora. Peço que não se alarmem, e espero que a imagem a seguir não os assombrem em sonhos. Lembrem-se que eles estão longe, separados de nós por muitos quilômetros de oceano.


Logo na 1ª audição (que é sempre a mais difícil), ficou claro que Shine On é bem legalzinho. [Lembrando: "legalzinho" é pior que "legal", mas "bem legalzinho" beats all.] O conjunto é tão uniformemente bom que fica difícil destacar alguma música. Put Your Money Where Your Mouth Is, o primeiro single, é uma boa amostra do que se esperar dos caras. Até achei que começariam lançando às rádios faixas mais facinhas como Eleanor ou All You Have To Do – que são legais também, mas calminhas. A baladinha escolhida para essa função, porém, foi Bring It On Back, também legal. Talvez seja isso que impeça o album de ser tão marcante quanto o primeiro; Are You Gonna Be My Girl? é tão estupidamente irada que vale Get Born por si só. E acho que ainda vou ouvir mais este do que Shine On – mas é sempre bom ter mais músicas quando as pessoas à sua volta reclamam de estar ouvindo as mesmas 13 faixas pela terceira vez seguida.

sábado, 20 de janeiro de 2007

A vinda de Brian

Após meses de deliberação, está aproximadamente definido o nome de meu quase-pronto sobrinho/afilhado: Mateus. Isso se não houver uma reviravolta na trama. É certo, porém, que não vai se chamar Brian – 'de jeito nenhum', acrescentaria minha irmã. Brian foi a primeira escolha do meu cunhado, seguida de vários outros nomes americanos que ele ia sugerindo a cada vez que assistia American Chopper.

Clau (irmã do Michel): "Eu não vou chamar o meu filho de Brian! Imagina, todo ano vou ter que explicar pra professora que se pronuncia 'Bráian' e não 'Briã', para que ela faça a chamada direito. Nem Brian nem Mike nem Greg nem Jeffrey!" [Estou chutando os nomes, o único que lembro mesmo é Brian. Que, aliás, acho irado. =] Eu vou chamar o moleque assim, sem dúvida.]

Maninha defendia "Diego" até pouco tempo, e certa vez citou outras opções, todas coincidentemente bíblicas. Eu disse: "Se for para colocar um nome bíblico, por que não Barrabás? Pra começar, é um nome bem diferente; ele vai ser o único da turma."

É possível que argumento não tenha sido muito convincente, levando em conta os olhares de desaprovação dirigidos a mim nos cinco minutos seguintes. E olha que nem listei os nomes épicos que eu escolheria para o meu filho, como Balder ou Galahad. Sabe, é possível que os homens não sejam os mais indicados para escolher nome de criança...

vento: "Natal Anacleto Chicca JÚNIOR?

Ei, quem disse isso?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Saúva de palmas

As pessoas se comunicam de formas que variam do banal ao misterioso. Em tempos onde diálogos convencionais são obsoletos e a diplomacia está quase esquecida, o simples fato de haver comunicação, não importa quão torta, já causa espanto e um certo conforto.

No banheiro do Angeloni, a comunicação se dá através de recados rabiscados no porta-papel.

Outro dia, enquanto meditava sobre a racionalização da realidade, percebi que havia uma mensagem nova. Um tanto desajeitada, com sinais claros de que o autor não estava ainda acostumado a essa mídia. Dizia o seguinte:

SÓ O PAI SAUVA

Temas religiosos são surpreendentemente comuns, quase tanto quanto os classificados do entretenimento adulto e as obscenidades gráficas. Mas o que chama a atenção, como vocês certamente perceberam, não é o tema em si. Senti-me obrigado a deixar uma réplica:

Só a formiga saúva

Pois, alguns dias depois, "a formiga" havia sido rasurada e substituída, resultando na seguinte sentença:

Só JESUS saúva

"Este camarada só pode estar brincando", pensei. Mas a grafia (diferente da que originou a conversa) era tão sinceramente rústica que deixou-me a impressão de refletir com fidelidade o raciocínio por trás dela. Inquieto, tentei mais uma vez esclarecer a discordância com uma aplicação prática:

Em nome do pai,
da formiga e do
espírito santo

Não consigo ser mais didático que isso, juro. Não que me faltem as palavras certas; o problema está em sobrar disposição para a discórdia.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Urban ninja

Eu sou muito curioso. Mais do que pareço, e acho que já não pareço pouco. Especialmente no que diz respeito à vida alheia. O que é condenável, eu sei, mas ao menos não sou fofoqueiro (quando sóbrio). Eu apenas sou um bom ouvinte e gosto de praticar, mesmo quando as outras pessoas não estão sabendo. (Isso; a minha justificativa é essa mesma.) E o pior de tudo é: eu sou curioso sobre QUALQUER coisa, não precisa ser interessante nem nada. Basta que eu ainda não saiba.

Estava escovando os dentes hoje e dois sujeitos entraram no banheiro conversando. Falando sobre computadores, e softwares, e sobre não conseguir instalar impressoras... bah, eu ouço isso todo dia; escovar os dentes era mais divertido. Até que um deles falou:

figurante593: "Sabes esse tal de Orkut? Cara, é isso o que está acabando comigo..."
figurante594: "Ah é, tu tens?"
figurante593: "Não, aí é que tá! Eu nem sei como é. Mas ela tem, e vez ou outra..."

Nesse momento eles já estavam saindo. "Ei! Ela quem? E como o Orkut acaba com você se nem usa? Deve haver alguma explicação lógica, já que ninguém precisa inventar um negócio bobo desses. O que é, propaganda negativa? Ou ela passa mais tempo no computador do que com você? Ou... ou... vamos, me dá uma dica!"

Pronto, a semente do mal já está plantada. Eu começo a imaginar todas as possibilidades e variáveis e PRECISO saber qual delas é a verdadeira. É uma maldição, isso: inventar histórias e motivos e hipóteses por trás de tudo e precisar confirmar depois. Outro dia vasculhei a Wikipédia, desesperado porque precisava saber por que afinal o Gol se chama Gol. (Gol Gol; o Gol carro, mesmo.) Já comecei e abandonei vários rascunhos de histórias sobre eventos incomuns e motivações improváveis que perambulam na minha cabeça constantemente. I blame Seinfeld for that.

Bom, eu já havia terminado minha higiene dental... não seria tããão estranho se eu COINCIDENTEMENTE começasse a andar na mesma direção que os sujeitos seguiam, não é? Todos os caminhos levam à saída; que diferença faz qual eu pego? Alcançá-los foi fácil, mas... oh no... praça de alimentação ainda cheia, malditas pessoas falantes! E esses dois caras falavam baixo, como se achassem que ninguém mais precisaria ouvir. Quase cutuquei um camarada que andava ao lado para perguntar "Você ouviu o que ele disse?"

figurante593: "... sshhfrzz..."
figurante594: "... azsh, uhrsh, zissht..."

Mais alto! Existe uma distância mínima a ser respeitada na caminhada regular e ela não é o bastante! E posso seguir pessoas, mas não colado nelas – eu não sou stalker!

Finalmente, cheguei ao limite: os dois se dirigiram a um balcão para pedir uma comida qualquer, e eu não ia poder ficar parado atrás deles de bobeira. E definitivamente não compraria mais comida apenas para manter o disfarce.

...

Eu sei, eu sei. Procurar ajuda de um profissional.
Até já sei o que ele vai dizer: "Você tem que passar menos tempo cercado de máquinas."

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

37% menos laranja, em respeito aos seus olhos

Pronto. Para todos os descontentes, para os fracos e oprimidos. Chega de afrontas às leis da Gramática nos comentários.

Os tons de laranja não são bem os que eu queria, mas isso se ajeita conforme sobrar tempo e faltar preguiça (o que está programado mais ou menos para as proximidades de Maio). O layout é mais fácil de mexer e edições especiais surgirão aqui e ali. Quer dizer, não estou prometendo nada. Eu não vou ficar inventando figurinhas para cada bobagem sem importância como o Google faz. Se é isso o que querem, ó: divirtam-se.

Mais informações no próximo episódio.