sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Verso reverso

Fiquei aqui imaginando se o slogan clássico da Tostines seria aprovado hoje em dia. Afinal, você tem que associar ao produto apenas características positivas. Vender mais por ser fresquinho é bom, mas o slogan não afirma isso. Aliás, ele está em dúvida se é isso mesmo ou se Tostines é fresquinho porque vende mais. No segundo caso, o biscoito não tem mérito nenhum, só é fresquinho se for vendido rápido. É provável até que os concorrentes fossem tão bons quanto se vendessem mais. Quase um "Olá! Compre Tostines, ele é completamente normal! Não compre outros biscoitos ou eles vão ficar melhores que o nosso!" Certeza que uma campanha dessa não seria aprovada em 2008, não passaria nem do brainstorm. Onde já se viu, colocar perguntas na cabeça dos consumidores?

Esta é uma nota de dois reais que recebi de troco na padaria.
Não tem relação nenhuma com o texto.

Isso me lembra dos comentários sobre o último debate Obama vs McCain. Andam dizendo que o primeiro está se comportando e falando de forma muito mais "presidencial". Mas ele não é o candidato da renovação? Ele não deveria propor um curso de ação diferente do que os presidentes têm seguido? Pode ser um erro no meu circuito lógico, mas parece uma situação onde menos (presidencial) é mais.

(Se bem que o pessoal lá de cima tem uma idéia peculiar sobre presidentes. No primeiro debate, McCain perguntou quantas brigadas o oponente enviaria ao Afeganistão. Assim, pedindo um número. E pior, Obama respondeu: duas, que se somariam as tropas que já estão no Iraque. E desde quando um presidente tem que saber isso? Os generais deles servem pra quê?)

Mas me diz o que Tostines tem a ver com Obama. (Quando me veio à cabeça, havia toda uma cadeia de intermediários ligando um ao outro. Agora, só lembro das pontas.)