domingo, 25 de março de 2007

New!

Na segunda passada, veio um new new new guy. Ele entrou no lugar do guy anterior, que não agradou o Big Boss. [Não confundir com o Boss, também chamado M-Boss, ou emBoss, ou eBass, ou Bay Area. De fato, estou inventando tudo isso on-the-fly. Ainda mais fato é que estava com uma vontade tremenda de usar a expressão "on-the-fly" de algum jeito – qualquer jeito.] Enfim, o M-Boss anda com umas idéias de avaliar construtiva e dinamicamente a equipe do nosso setor, de modo a entender melhor como o trabalho está sendo desenvolvido e identificar/evitar novos problemas com algum membro específico. Basicamente, funciona assim: como nós dois somos os únicos hablantes de inglês na parada (masmorra + câmara imperial), a idéia é comentar as bobagens dos outros na língua do George, com liberdade para xingar e fazer piadinhas sem que ninguém mais entenda. E, ocasionalmente, fazer alguma avaliação construtiva.

Mas voltando ao new new new guy: ele parece legal. (Mas o new new guy também parecia legal. Provavelmente eu tenho alguma tendência a achar todo mundo legal.) Ele é igual ao John Travolta, porém aloirado – fato que logo chamou a atenção do Gerson, o encarregado oficial de definir o apelido dos novatos. O nome dele também é Gerson, embora agora seja John. Ou era até o segundo dia, em que todos passaram a chamá-lo de Pica-Pau por conta do penteado. Certamente novos apelidos ainda estão por vir e não há como afirmar agora qual será o definitivo.

Na mesma segunda, comecei a almoçar no restaurante que o Gerson está indo, praticamente na frente da Gráfica; o John também. Lá servem comida de verdade (!), vejam só. Sério, vejam só: perdi uma semana inteira de histórias potenciais no Angeloni. E estou almoçando com outras pessoas (as mesmas, todos os dias! Não faço isso há anos). Tudo ainda está se rearranjando com o John no time. E ainda estou me acostumando com as mesas novas dos computadores. Muita emoção para uma semana.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Laughing Lula, Hiding Bush

Estava escrevendo um post sobre a visita do George. Era cheio de links e comentários e imagens, mas fui à casa do Hique no sábado e acabei não terminando. E no domindo fiquei com preguiça, e na segunda fiquei com preguiça, e na terça fiquei trabalhando até tarde (além de ter ficado com preguiça). Percebo que passou o prazo de validade, mas sempre há tempo para isto:

Jason Reed/Reuters - Folha Online, 2007.03.09
Bush toca instrumento* durante visita à ONG Meninos do Morumbi

São imagens irrelevantes desse calibre que fazem valer a pena receber o Tio Chimp. Enfim. Como o post azedou, fiquem com outro evento espetacular, ocorrido ontem:

Estava andando para o serviço. Do outro lado da rua, veio um rapaz meio arrumado meio careca meio desorientado. Ele me abordou meio sem jeito, perguntando "Você sabe onde fica a livraria?"

Livraria? "Não tem livraria por aqui", pensei. "Livraria? Não tem livraria por aqui", respondi. "Tem uma papelaria, no fim da rua."

O rapaz agradeceu e começou a andar meio apressadamente. Pouco adiante, perguntou algo para uma senhora, envolvendo "xerox". Ou Rolex. Ou Botox. Ao receber a resposta, começou a correr. Foi quando percebi o óbvio: o que eu havia confundido com um inocente rapaz meio perdido não poderia ser outra coisa além de um cyborg movido à informações. Ele não queria livros nem xerox; fazia perguntas para recolher informações, que processava através de meios muito tecnológicos, recarregando assim sua fonte de energia e aumentando sua velocidade.

Espantoso. E eu achando que seria apenas mais uma terça-feira comum sem cyborgs.

* "Instrumento". Está claro que improvisaram na hora um canudo de jornal cheio de arroz e deram para o George brincar. Assim, ele poderia tocar um "instrumento" que não "interferisse" na "música" da "ONG" dos "meninos" que provavelmente sabem usar "aspas" melhor do que eu.

terça-feira, 6 de março de 2007

O senhor dos papéis

Estava escovando os dentes hoje – de novo! que falta de imaginação... eu bem que poderia fazer outras coisas em banheiros públicos, como jogar paciência ou imitar celebridades. Enfim.

Passou atrás de mim (respeitando a distância mínima requerida pelo código dos cavalheiros, naturalmente) o rapaz dos Correios do Angeloni. Um que tem luzes no cabelo e tal, acho até que tem voz fina e é meio viado. Sem preconceito, claro; qualquer um tem o direito de fazer luzes. Passou de um jeito meio apreensivo, jeito de quem não pára nem se encontra o melhor amigo no caminho; foi direto para os aparelhos* no fim da parede. Tão logo chegou ao destino, voltou do jeito que foi, percorrendo todo o caminho – que mede 4 aparelhos e oito pias – visivelmente alterado. Catou uma, duas, três folhas de papel do meu lado (o outro toalheiro deveria estar vazio), quatro, cinco, seis (eu sempre uso a primeira pia, próxima à porta, por motivos lógicos), sete, oito, nove... à certa altura, perdi a conta. Mas ele catou muita toalha. E voltou, agora quase correndo, para refugiar-se no último aparelho. Eu NÃO QUERO saber o que ele foi fazer com as toalhas, fiz questão de não saber, de não olhar, de não ouvir. Aliás, eu praticamente saí correndo na direção oposta. Tive o pressentimento que este era um dos casos em que vou dormir mais facilmente se não souber os detalhes.

* Aqueles arbustos simbólicos de porcelana que o homem criou em algum ponto entre a Idade da Pedra e o pós-modernismo para servir de alvo quando vai despejar água da bexiga.

quinta-feira, 1 de março de 2007