Continuo odiando Beatles ou John Lennon ou qualquer coisa desse balaio. E continuo defendendo que meu ódio não é pelas músicas, mas pelo modo como as tocavam — essa coisa "Nós somos felizes, nós somos fadas, o mundo é lindo" —, porque não soa como alegria incontida e contagiante, mas como alegria enlatada, conformada. "Estamos todos comendo merda, não é ótimo?" Não tem nada a ver com as letras, estou falando do modo como as músicas soam. Aliás, não tenho que justificar nada: eu não gosto.
Mas sou completamente capaz de apreciar essas mesmas músicas quando interpretadas por gente que eu não odeie, vide versão abaixo:
Há quem diga que a canção foi desfigurada e que o clima não tem nada a ver com a letra, mas acho que está justamente aí a graça. Tirando uma ou outra palavra-chave (peace1, dreamer, sharing2), a letra é quase apocalíptica, como se narrasse o resultado de uma guerra que devastou o mundo inteiro. "Imagine que não há Paraíso... nem Inferno... acima, apenas o céu... pessoas vivendo apenas pelo presente. Imagine que não há nações... ninguém para matar ou por quem morrer... nenhuma religião."
1 Lembrando daquela idéia de que o homem só encontra paz verdadeira no túmulo.
2 Lembrando que "sharing" é eufemismo para pirataria, um dos piores tipos de crime já inventados na história. Foi o que o Metallica disse.
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