quarta-feira, 18 de julho de 2007

Syriana (2005)

Lembro de como tive vontade de assistir Syriana - A Indústria do Petróleo tão logo li a sinopse. CIA, maquinações políticas ianques e todo o jogo de interesses acerca do petróleo alheio. Pois o maldito chegou e saiu sem deixar rastros, deve ter ficado uns dois dias em cartaz por aqui. (Figurativamente, lógico... nem sei se alguém se deu ao trabalho de pendurar o cartaz.) Usando uma de minhas superhabilidades mais famosas, esqueci o filme poucas semanas depois e sequer vi quando chegou às locadoras. Assisti hoje, na HBO. Todos amamos a HBO. Levantem, palmas para a HBO! Good.

Como é bom esperar tanto tempo por uma coisa e saborear a satisfação de alcançá-la! Não é o caso aqui: Syriana é uma merda*. A impressão que tive é que o grande objetivo do filme foi fazer um apanhado de todas as características do Oriente Médio que o público ocidental acharia peculiares e criar um cirquinho costurado com uma história rabiscada num guardanapo de bar. Todos os "fatos" são óbvios e superficiais. Toda a "trama" se baseia na manjada fórmula de apresentar personagens/situações aparentemente desconexos e surpreender o espectador no final. Com uma pequena inovação: no final, personagens/situações permanecem desconexos, salvo uma ou outra intersecção irrelevante que não diz nada. "Ah, eles quiseram dizer que tudo está interligado, que a responsabilidade é partilhada!" Não quiseram não.

O grande mérito do filme é o Oscar de melhor ator coadjuvante conferido ao Batman. Certamente a academia estava com poucas opções nessa categoria em 2005, até porque o Plantão Médico ganhou o prêmio mesmo sendo protagonista. Ele não atuou mal, vá lá; foi bastante correto. Mas isso também pode ser dito do Talentoso Ripley e do outro guri que ainda não fez personagens o bastante para ganhar um apelido.

Por ser tão básico em seu tratamento do assunto, o filme serviria no máximo como obra didática introdutória para exibição em escolas. Falharia em capturar a atenção dos estudantes, porém, uma vez que é longo, chato e não tem cenas de sexo. Não tem sequer insinuações de sexo. O mais próximo que chega disso são dois caras jogando futebol num campo de areia, conversando sobre o Homem-Aranha. Não me entendam mal, isso é até um ponto positivo quando quase qualquer outro filme precisa ter cenas de sexo, invariavelmente: (1) idealizado se vem da grande indústria, (2) visceral se independente. Estava apenas lembrando do que me fazia prestar atenção a um filme quando estava na escola.

* Haha! Estou rindo porque imaginei que o Hique estará rindo exatamente nesta parte. Ok, o filme não é tão ruim; é que não quis desperdiçar o efeito dramático da frase.

4 comentários:

Anônimo disse...

É interessante esses aspectos (1) e (2) a respeito do sexo em filmes. Gostei. Mais uma vez vc esclarece algo para mim. Obrigada.
(credo, meu post ficou parecendo um diálogo com ginecologista...hahaha)

Michel disse...

Hahahaha! Nem tinha imaginado isso... obrigado por dividir a piada com todos.

Mas que ficou estranha essa história de 'esclarecer', ficou. É só o que eu acho, uai, não quer dizer que seja assim.

(Mas é.)

Anônimo disse...

"* Haha! Estou rindo porque imaginei que o Hique estará rindo exatamente nesta parte"

huuhahuHUahu... ponto para o Michel. Obrigado por exagerar pelo bem da piada.

"Com uma pequena inovação: no final, personagens/situações permanecem desconexos"

Asterísco aí também!!!! =D

"O mais próximo que chega disso são dois caras jogando futebol num campo de areia, conversando sobre o Homem-Aranha"

uhHUAhuHUAHahuHUaHUauh... muitos asteríscos. Você merece o oscar!

Aliás, eu ainda te darei um soco por não escrever mais seriamente ou em algum lugar com mais visibilidade... (mais que a internet? How come?)

Enfim... FAZ UM LIVRo!!!!!

Michel disse...

Pior que esse filme é realmente sem propósito. A parte do futebol com Homem-Aranha existe. (Mesmo porque, se eu fosse inventar alguma cena dessas, não seria para o Syriana, que não merece tanta atenção.)

Agora, quando você fala de livro... você imagina um livro sobre capim? Pára, analisa: quantas histórias no mundo, além do episódio de Mad About You, concentraram-se no potencial dramático do capim?