Alguém nos vende Brinquedos™ em um desenho animado fajuto
Alguém nos vende Carros™ no último filme de James Bond™, em breve nos cinemas
Alguém nos vende Modas™ através de uma estrela de TV
Alguém nos vende a Si Mesmo™ em um reality show que passa dos limites
Vida™ à venda!
Alguém poderia por favor me explicar o que aconteceu? Digo, primeiro pagamos por fast-food que nos deixa gordos e cansados. Depois pagamos por elevadores, para que não precisemos subir os três lances de escada até nossos apartamentos. Aí compramos essas bizarras máquinas Stairmaster™ para queimar calorias enquanto assistimos alguém fazendo comida de verdade na TV. Se isso tudo não faz de nós vencedores, não sei o que fará. Aposto que nos enforcaríamos se o mundo nos desse uma folga. E agora você acha que talvez deva ver um psiquiatra que o faça sentir-se vivo de novo – bom plano! Basta dizer a quem temos que pagar.
[...]
Bem-vindo ao planeta Terra™
Por favor, não nos pergunte quanto ele vale
Você perceberá que o mundo que encontrou
Está ligeiramente usado
Alguém nos vendeu cada uma das manchas
Se você quiser reclamar
Há uma espaço aberto às 18h
É quando o Cáucaso está ouvindo
[...]
Perceba, tudo não passa de uma questão de tempo e escolha. A fast-food nos permite um almoço rápido o bastante para ser espremido exatamente no tempo que quisermos. Os elevadores economizam um pouco mais de tempo, a Stairmaster™ permite escolher exatamente quando subir escadas. Tempo é algo muito importante atualmente, está se tornando uma doença. Acho que, de certa forma, é mesmo, já que vai nos matar ocasionalmente. Com todo o tempo e dinheiro que acumulamos aos custo dos outros, é de se supor que a entrada para o Inferno seja realmente cara. Por algum motivo, é importante ser o primeiro da fila.
Alguém nos vende Deus™, promoção leve-2-pague-1 com Culpa™
Alguém nos vende Guerra™ e o marketing parece ser o mesmo
Alguém nos vende Medo™ na TV todos os dias
Um formato para cada gosto; se o sabor for o certo, pagamos alegremente
Tudo à venda, tudo à venda, estamos todos à venda
Bem-vindo à única Terra™
Por favor, aproveite seu único nascimento
Você aprenderá a tomar mais do que doa
Comprando cicatrizes com as quais terá que viver
Alguém nos vendeu cada cicatriz
De alguma forma, elas fazem de nós o que somos
Todos queremos aquele espaço às 18h
Mas ninguém está realmente ouvindo
[...]
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Pain of Salvation, Scarsick (2007): Kingdom of Loss
domingo, 29 de julho de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Syriana (2005)
Lembro de como tive vontade de assistir Syriana - A Indústria do Petróleo tão logo li a sinopse. CIA, maquinações políticas ianques e todo o jogo de interesses acerca do petróleo alheio. Pois o maldito chegou e saiu sem deixar rastros, deve ter ficado uns dois dias em cartaz por aqui. (Figurativamente, lógico... nem sei se alguém se deu ao trabalho de pendurar o cartaz.) Usando uma de minhas superhabilidades mais famosas, esqueci o filme poucas semanas depois e sequer vi quando chegou às locadoras. Assisti hoje, na HBO. Todos amamos a HBO. Levantem, palmas para a HBO! Good.
Como é bom esperar tanto tempo por uma coisa e saborear a satisfação de alcançá-la! Não é o caso aqui: Syriana é uma merda*. A impressão que tive é que o grande objetivo do filme foi fazer um apanhado de todas as características do Oriente Médio que o público ocidental acharia peculiares e criar um cirquinho costurado com uma história rabiscada num guardanapo de bar. Todos os "fatos" são óbvios e superficiais. Toda a "trama" se baseia na manjada fórmula de apresentar personagens/situações aparentemente desconexos e surpreender o espectador no final. Com uma pequena inovação: no final, personagens/situações permanecem desconexos, salvo uma ou outra intersecção irrelevante que não diz nada. "Ah, eles quiseram dizer que tudo está interligado, que a responsabilidade é partilhada!" Não quiseram não.
O grande mérito do filme é o Oscar de melhor ator coadjuvante conferido ao Batman. Certamente a academia estava com poucas opções nessa categoria em 2005, até porque o Plantão Médico ganhou o prêmio mesmo sendo protagonista. Ele não atuou mal, vá lá; foi bastante correto. Mas isso também pode ser dito do Talentoso Ripley e do outro guri que ainda não fez personagens o bastante para ganhar um apelido.
Por ser tão básico em seu tratamento do assunto, o filme serviria no máximo como obra didática introdutória para exibição em escolas. Falharia em capturar a atenção dos estudantes, porém, uma vez que é longo, chato e não tem cenas de sexo. Não tem sequer insinuações de sexo. O mais próximo que chega disso são dois caras jogando futebol num campo de areia, conversando sobre o Homem-Aranha. Não me entendam mal, isso é até um ponto positivo quando quase qualquer outro filme precisa ter cenas de sexo, invariavelmente: (1) idealizado se vem da grande indústria, (2) visceral se independente. Estava apenas lembrando do que me fazia prestar atenção a um filme quando estava na escola.
* Haha! Estou rindo porque imaginei que o Hique estará rindo exatamente nesta parte. Ok, o filme não é tão ruim; é que não quis desperdiçar o efeito dramático da frase.
Como é bom esperar tanto tempo por uma coisa e saborear a satisfação de alcançá-la! Não é o caso aqui: Syriana é uma merda*. A impressão que tive é que o grande objetivo do filme foi fazer um apanhado de todas as características do Oriente Médio que o público ocidental acharia peculiares e criar um cirquinho costurado com uma história rabiscada num guardanapo de bar. Todos os "fatos" são óbvios e superficiais. Toda a "trama" se baseia na manjada fórmula de apresentar personagens/situações aparentemente desconexos e surpreender o espectador no final. Com uma pequena inovação: no final, personagens/situações permanecem desconexos, salvo uma ou outra intersecção irrelevante que não diz nada. "Ah, eles quiseram dizer que tudo está interligado, que a responsabilidade é partilhada!" Não quiseram não.
O grande mérito do filme é o Oscar de melhor ator coadjuvante conferido ao Batman. Certamente a academia estava com poucas opções nessa categoria em 2005, até porque o Plantão Médico ganhou o prêmio mesmo sendo protagonista. Ele não atuou mal, vá lá; foi bastante correto. Mas isso também pode ser dito do Talentoso Ripley e do outro guri que ainda não fez personagens o bastante para ganhar um apelido.
Por ser tão básico em seu tratamento do assunto, o filme serviria no máximo como obra didática introdutória para exibição em escolas. Falharia em capturar a atenção dos estudantes, porém, uma vez que é longo, chato e não tem cenas de sexo. Não tem sequer insinuações de sexo. O mais próximo que chega disso são dois caras jogando futebol num campo de areia, conversando sobre o Homem-Aranha. Não me entendam mal, isso é até um ponto positivo quando quase qualquer outro filme precisa ter cenas de sexo, invariavelmente: (1) idealizado se vem da grande indústria, (2) visceral se independente. Estava apenas lembrando do que me fazia prestar atenção a um filme quando estava na escola.
* Haha! Estou rindo porque imaginei que o Hique estará rindo exatamente nesta parte. Ok, o filme não é tão ruim; é que não quis desperdiçar o efeito dramático da frase.
domingo, 15 de julho de 2007
Gagá
Comprei uma dessas lasanhas para quem não sabe o que fazer. Dessas que basta pôr no forno; coloquei às 19:30.
Às 20:30 estava pronta. Tirei do forno e fui comer em frente à TV. Estava passando aquele filme sobre o Larry Flint com aquele ator moderadamente legal. Às 22:00 começou Celebrity Poker Showdown, às 22:30 fui à cozinha pegar um café.
Foi aí que lembrei de desligar o forno.
Às 20:30 estava pronta. Tirei do forno e fui comer em frente à TV. Estava passando aquele filme sobre o Larry Flint com aquele ator moderadamente legal. Às 22:00 começou Celebrity Poker Showdown, às 22:30 fui à cozinha pegar um café.
Foi aí que lembrei de desligar o forno.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Estranhos perigos
Roberto: Oi! Boa noite! Não abra o portão, não chega muito perto ainda, eu posso ser um ladrão!
Michel: ?
Roberto: Posso falar contigo? Olha, eu moro no sul da ilha, se quiser eu te dou referências, sem problemas. Eu te dou o número da minha casa, tu podes ligar e confirmar tudo...
Michel: Pois não? Do que você precisa?
Roberto: É rapidinho, viu? Eu vou te explicar. Eu estava viajando, peguei carona com um caminhoneiro, ele me deixou ali na BR. Olha, eu sei que é muito chato mesmo, se tu não quiseres me ajudar, tudo bem, eu vou entender, só não me manda embora ainda...
Michel: Tem como encurtar um pouco a história?
Roberto: Pois é, eu estava vindo lá de Curitiba, desde lá sem dinheiro, e...
Nessa hora, apontei no sentido da rua.
Roberto: Não, calma, é rapidinho!
Michel: Você se importa de me contar a história caminhando?
E andamos em direção ao ponto de ônibus. Desde o começo não achei que ele fosse um ladrão; estava mais bem vestido do que eu costumo me apresentar ao trabalho. E também era mais eloqüente do que eu sou no trabalho. E ele era igualzinho ao comandante Tucker da Enterprise. Como alguém poderia parecer mais confiável do que isso?
No caminho, ele elucidou alguns detalhes de sua vida que, sinceramente, não consigo imaginar porque alguém contaria a estranhos. O pai dele foi assassinado há dois anos pela madrasta, se lembro direito, para evitar que ele passasse alguns bens para o nome de outra pessoa. Algo assim. O Roberto foi intimado a testemunhar mas não compareceu; assim, a justiça expediu um mandado de prisão preventiva para tomar o testemunho na marra. "Eles te prendem de qualquer jeito, sabe? Mesmo que tu não tenhas cometido crime. Até esclarecer e resolver tudo dá trabalho." Talvez ele estivesse tentando justificar porque não tinha um trabalho no momento, mas ei! Relaxa. Quando estou tentando convencer alguém de que não sou ladrão, eu também começo a falar sobre os assassinatos em que minha família se envolveu e sobre o meu histórico com a polícia.
Ofereci uma nota de cinco.
Roberto: Olha, R$ 4,20 é tudo que eu preciso pra chegar em casa. Me empresta o bastante para ir até o Centro, lá eu me viro.
Michel: Relaxa.
Eu não estava com saco de contar moeda no escuro, e queria me despedir logo para pegar o mercado ainda aberto. Já me imaginei algumas vezes nessa situação: estar em um lugar que não faço muita idéia de onde fica, sem dinheiro ou telefone. O caso dele era um pouco pior, pois passava de dez da noite. A primeira coisa que me contou quando começamos a caminhar foi que 'o meu vizinho lá adiante' o havia maltratado como se fosse o cão e ameaçou chamar a polícia, por isso começou falando comigo daquele jeito. Imagina, chamar a polícia para levar o comandante Tucker!
Enfim, era o tipo de situação em que eu odiaria mortalmente estar, então nem hesitei em dar o dinheiro. Mas, pela reação, é possível que o dinheiro em si tivesse tanto valor quanto a própria disposição em ajudar. Cinco reais não é muito dinheiro. Digo: R$ 4,20 para chegar em casa de ônibus certamente é um roubo; I blame The Eye of Angela and the Darionopolis Project for that. Mas ele falava como se o mais improvável de tudo fosse conseguir todo o dinheiro necessário de uma pessoa só.
Roberto: Sabes onde fica o Espetinho de Ouro, em Barreiros? [Sei lá se era esse mesmo o nome.]
Michel: Não muito.
Roberto: É que... eu vou estar lá no dia 15 agora, fazendo um bico. Se tu quiseres aparecer lá, eu te devolvo esse dinheiro.
Michel: Relaxa, não esquenta não.
Roberto: Ou eu posso levar na tua casa depois, eu sei onde tu moras.
Foi exatamente nesse momento que minha espinha gelou. Alguém estava dizendo que queria ir à minha casa. Peraí. Eu confiei em você, eu te ajudei, você não tem nenhum motivo para ameaçar ir à minha casa! Odeio gente na minha casa, odeio parentes na minha casa. Só aceito pessoas realmente próximas lá. E certamente, com convite.
Michel: Cara, RELAXA, não precisa. [No total, eu devo tê-lo mandado relaxar umas quatro vezes em três minutos de conversa.]
Fiz menção de que tinha que ir. Ele apertou a minha mão com vontade e agradeceu. Mostrei a ele onde ficava o ponto de ônibus e corri em direção ao mercado. Temi que ele estivesse pensando em virar meu amigo.
Michel: ?
Roberto: Posso falar contigo? Olha, eu moro no sul da ilha, se quiser eu te dou referências, sem problemas. Eu te dou o número da minha casa, tu podes ligar e confirmar tudo...
Michel: Pois não? Do que você precisa?
Roberto: É rapidinho, viu? Eu vou te explicar. Eu estava viajando, peguei carona com um caminhoneiro, ele me deixou ali na BR. Olha, eu sei que é muito chato mesmo, se tu não quiseres me ajudar, tudo bem, eu vou entender, só não me manda embora ainda...
Michel: Tem como encurtar um pouco a história?
Roberto: Pois é, eu estava vindo lá de Curitiba, desde lá sem dinheiro, e...
Nessa hora, apontei no sentido da rua.
Roberto: Não, calma, é rapidinho!
Michel: Você se importa de me contar a história caminhando?
E andamos em direção ao ponto de ônibus. Desde o começo não achei que ele fosse um ladrão; estava mais bem vestido do que eu costumo me apresentar ao trabalho. E também era mais eloqüente do que eu sou no trabalho. E ele era igualzinho ao comandante Tucker da Enterprise. Como alguém poderia parecer mais confiável do que isso?
No caminho, ele elucidou alguns detalhes de sua vida que, sinceramente, não consigo imaginar porque alguém contaria a estranhos. O pai dele foi assassinado há dois anos pela madrasta, se lembro direito, para evitar que ele passasse alguns bens para o nome de outra pessoa. Algo assim. O Roberto foi intimado a testemunhar mas não compareceu; assim, a justiça expediu um mandado de prisão preventiva para tomar o testemunho na marra. "Eles te prendem de qualquer jeito, sabe? Mesmo que tu não tenhas cometido crime. Até esclarecer e resolver tudo dá trabalho." Talvez ele estivesse tentando justificar porque não tinha um trabalho no momento, mas ei! Relaxa. Quando estou tentando convencer alguém de que não sou ladrão, eu também começo a falar sobre os assassinatos em que minha família se envolveu e sobre o meu histórico com a polícia.
Ofereci uma nota de cinco.
Roberto: Olha, R$ 4,20 é tudo que eu preciso pra chegar em casa. Me empresta o bastante para ir até o Centro, lá eu me viro.
Michel: Relaxa.
Eu não estava com saco de contar moeda no escuro, e queria me despedir logo para pegar o mercado ainda aberto. Já me imaginei algumas vezes nessa situação: estar em um lugar que não faço muita idéia de onde fica, sem dinheiro ou telefone. O caso dele era um pouco pior, pois passava de dez da noite. A primeira coisa que me contou quando começamos a caminhar foi que 'o meu vizinho lá adiante' o havia maltratado como se fosse o cão e ameaçou chamar a polícia, por isso começou falando comigo daquele jeito. Imagina, chamar a polícia para levar o comandante Tucker!
Enfim, era o tipo de situação em que eu odiaria mortalmente estar, então nem hesitei em dar o dinheiro. Mas, pela reação, é possível que o dinheiro em si tivesse tanto valor quanto a própria disposição em ajudar. Cinco reais não é muito dinheiro. Digo: R$ 4,20 para chegar em casa de ônibus certamente é um roubo; I blame The Eye of Angela and the Darionopolis Project for that. Mas ele falava como se o mais improvável de tudo fosse conseguir todo o dinheiro necessário de uma pessoa só.
Roberto: Sabes onde fica o Espetinho de Ouro, em Barreiros? [Sei lá se era esse mesmo o nome.]
Michel: Não muito.
Roberto: É que... eu vou estar lá no dia 15 agora, fazendo um bico. Se tu quiseres aparecer lá, eu te devolvo esse dinheiro.
Michel: Relaxa, não esquenta não.
Roberto: Ou eu posso levar na tua casa depois, eu sei onde tu moras.
Foi exatamente nesse momento que minha espinha gelou. Alguém estava dizendo que queria ir à minha casa. Peraí. Eu confiei em você, eu te ajudei, você não tem nenhum motivo para ameaçar ir à minha casa! Odeio gente na minha casa, odeio parentes na minha casa. Só aceito pessoas realmente próximas lá. E certamente, com convite.
Michel: Cara, RELAXA, não precisa. [No total, eu devo tê-lo mandado relaxar umas quatro vezes em três minutos de conversa.]
Fiz menção de que tinha que ir. Ele apertou a minha mão com vontade e agradeceu. Mostrei a ele onde ficava o ponto de ônibus e corri em direção ao mercado. Temi que ele estivesse pensando em virar meu amigo.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Deus versus Tóquio
Outra noite – mais para 'outra semana' – tive um sonho estranho. Na verdade, sonhos tenho todas as noites, e são sempre estranhos; mas este é especial. Porque já esqueci todos os outros e só sobrou este para comentar, então vai ele mesmo.
Tudo começa com um indivíduo indeterminado (sério, não era eu; era um figurante qualquer) que queria conseguir um favor para o filho. (Não lembro o que era, um emprego ou uma vaga de algum tipo.) Ele resolveu ignorar todos os intermediários e pedir direto ao cabeça: Deus. Quer dizer, ele não poderia fazer isso diretamente, porque esse mínimo de lógica o meu sonho tinha, mas ele queria entrar em contato com Deus de alguma forma para interceder no caso e conceder a graça. Pois bem; ele escreveu uma carta, em leve tom de chantagem, traçando paralelos entre o filho dele e a filha de Deus – que era famosa, como uma pop star, porque Deus conhecia gente importante e tinha mexido uns pauzinhos para conseguir um contrato numa boa gravadora. Parece que o sujeito conhecia alguns segredos da moça e, se o filho dele não recebesse uma forcinha divina, vazaria tudo pra imprensa e a coisa ia feder. O tipo de coisa com que Deus se preocupa no seu dia-a-dia transcedental.
Curiosamente funcionou, mas não como o indivíduo indeterminado previra. No dia seguinte, YHVH em pessoa estava na Terra, puto, chutando carros e quebrando prédios. Deus era assim: igualzinho ao Edin1, mas com 30 metros de altura e disparando raios pelos olhos. Ainda que se comportasse como um monstro destruidor de Tóquio, Deus era perfeitamente capaz de pensamento racional, embora não fosse razoável ou sociável. Mais ou menos como algumas mulheres na TPM.
Diante da destruição inevitável levada a cabo pelo Criador enfurecido, algumas pessoas tentavam encontrar meios para evitar a aniquilação do planeta. Eis que alguém veio com uma teoria de que Deus, na verdade, não seria a entidade máxima do Universo, e que ele respondia a um superior da mesma forma como respondemos a ele. [Algo muito Ao-like.2] Da mesma forma como Deus era fruto da mente humana, vingativo e inflexível porque os homens assim haviam determinado, nós poderíamos imaginar seu superior, e fazê-lo de forma a garantir a paz e a segurança de todos. Ou seja: imaginar uma entidade pacífica e inofensiva que fizesse com que Deus parasse a destruição. Alguém achou que um beija-flor seria perfeito para a tarefa.
O sonho meio que acabou assim, a parte legal mesmo era a da destruição massiva. Infelizmente não tenho vídeos disso para mostrar. Lembro que, ainda dormindo, pensei "Uau, essa história é genial! Eu deveria escrever um livro, muito melhor do que a idéia do capim!"
[Sei que ainda estava dormindo quando pensei isso porque tudo sempre parece genial, fácil e óbvio. Depois de acordado, fica claro que a história é um lixo.]
1 Tentei achar uma foto do Edin na Internet, mas só veio esse video. Eu ia tirar um screenshot, mas como tem a transformação do Daileon, a bela expressão facial do Satan Goss (basicamente movimentos com a testa... ?) e toda aquela Física fantástica que só ocorre no Japão, resolvi colocar o link para o vídeo mesmo.
2 Aliás, esse artigo, que consultei depois, cita a existência de um ser superior a Ao. Nem sabia que tinha isso, mas no sonho também falaram de uma hierarquia composta de três camadas, com Deus na mais baixa. Weird.
Tudo começa com um indivíduo indeterminado (sério, não era eu; era um figurante qualquer) que queria conseguir um favor para o filho. (Não lembro o que era, um emprego ou uma vaga de algum tipo.) Ele resolveu ignorar todos os intermediários e pedir direto ao cabeça: Deus. Quer dizer, ele não poderia fazer isso diretamente, porque esse mínimo de lógica o meu sonho tinha, mas ele queria entrar em contato com Deus de alguma forma para interceder no caso e conceder a graça. Pois bem; ele escreveu uma carta, em leve tom de chantagem, traçando paralelos entre o filho dele e a filha de Deus – que era famosa, como uma pop star, porque Deus conhecia gente importante e tinha mexido uns pauzinhos para conseguir um contrato numa boa gravadora. Parece que o sujeito conhecia alguns segredos da moça e, se o filho dele não recebesse uma forcinha divina, vazaria tudo pra imprensa e a coisa ia feder. O tipo de coisa com que Deus se preocupa no seu dia-a-dia transcedental.
Curiosamente funcionou, mas não como o indivíduo indeterminado previra. No dia seguinte, YHVH em pessoa estava na Terra, puto, chutando carros e quebrando prédios. Deus era assim: igualzinho ao Edin1, mas com 30 metros de altura e disparando raios pelos olhos. Ainda que se comportasse como um monstro destruidor de Tóquio, Deus era perfeitamente capaz de pensamento racional, embora não fosse razoável ou sociável. Mais ou menos como algumas mulheres na TPM.
Diante da destruição inevitável levada a cabo pelo Criador enfurecido, algumas pessoas tentavam encontrar meios para evitar a aniquilação do planeta. Eis que alguém veio com uma teoria de que Deus, na verdade, não seria a entidade máxima do Universo, e que ele respondia a um superior da mesma forma como respondemos a ele. [Algo muito Ao-like.2] Da mesma forma como Deus era fruto da mente humana, vingativo e inflexível porque os homens assim haviam determinado, nós poderíamos imaginar seu superior, e fazê-lo de forma a garantir a paz e a segurança de todos. Ou seja: imaginar uma entidade pacífica e inofensiva que fizesse com que Deus parasse a destruição. Alguém achou que um beija-flor seria perfeito para a tarefa.
O sonho meio que acabou assim, a parte legal mesmo era a da destruição massiva. Infelizmente não tenho vídeos disso para mostrar. Lembro que, ainda dormindo, pensei "Uau, essa história é genial! Eu deveria escrever um livro, muito melhor do que a idéia do capim!"
[Sei que ainda estava dormindo quando pensei isso porque tudo sempre parece genial, fácil e óbvio. Depois de acordado, fica claro que a história é um lixo.]
1 Tentei achar uma foto do Edin na Internet, mas só veio esse video. Eu ia tirar um screenshot, mas como tem a transformação do Daileon, a bela expressão facial do Satan Goss (basicamente movimentos com a testa... ?) e toda aquela Física fantástica que só ocorre no Japão, resolvi colocar o link para o vídeo mesmo.
2 Aliás, esse artigo, que consultei depois, cita a existência de um ser superior a Ao. Nem sabia que tinha isso, mas no sonho também falaram de uma hierarquia composta de três camadas, com Deus na mais baixa. Weird.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Desnecessário trocadilho adicional
Olha o que eu achei na Net:
Buck Fush
O site chama de cartoons, mas está mais para fotonovelas de um quadro só – todas sobre o boneco favorito da América.

Buck Fush
O site chama de cartoons, mas está mais para fotonovelas de um quadro só – todas sobre o boneco favorito da América.

– Saddam teve o que mereceu. Qualquer líder que mate milhares de inocentes através de guerras enganosas deveria ser enforcado.
– Georgie... acho que você deveria reformular essa frase.
– Prestenção: estamos falando sobre a cura do câncer e você continua resmungando "mais matança no Iraque".
– Olha só, Congresso... vocês me aceitaram como Procurador Geral mesmo sabendo que fui um advogado da Enron, o maior contribuinte do Bush. E agora vocês estão surpresos porque despedi alguém por motivos políticos? Quanto da fita eu tenho que voltar proceis entenderem a história?

"I'm an ass!"
(Esse é o momento em que alguém exclama "Mas que merda é essa, isso não é um post de verdade!" Bom, agora já foi.)
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Click-click
Eis uma letra que tem muita relação com o post anterior: Bullet with a Name (Nonpoint, 2005).
Para mim, fala lindamente sobre sociedade de consumo e a violência lógica e inevitável que a acompanha (embora eles tentem fazer parecer que não é assim). FNORD
Como estou on the mood, a tradução (como sempre, livre) vai de graça para vocês – mas sempre lembrando que a versão original é naturalmente melhor e mais clara.
Bala com um Nome
Minhas intenções estão dispostas para todos verem
Sem remorso pelos sentimentos que trazem
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Porque a causa de tudo, a hesitação que você acredita ver
É, na verdade, preparação para a resistência*
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Veja todos assistindo e formando seu julgamento
Sobre cada pequeno movimento, cada decisão minha
Como posso ser um indivíduo com o peso do mundo,
Com oito planetas mais a conquistar?
E com tudo acontecendo, disparos estalando
E pessoas correndo em todas as direções
Com as mãos ao alto, rezando para o fim do drama
Flagro minhas mãos procurando dinheiro para gastar
O preço das coisas que preciso
Aumenta a cada dia
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
O modo como trabalho tanto pelas coisas
Que simplesmente tiram de mim
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Trabalho mais que cem mulas lá do México
Sem água, sem nuvens, sem sombra
Mais quente que o Inferno, sem sineta de almoço
Forno vazio de novo, por mais uma opinião ruim
Quer dizer: quem não quer
Carros, dinheiro, fama, atenção
Bares, agrados, jogos, atenção, estrelas?
Engraçado como dizemos que não precisamos
Para logo virar as costas e tentar conseguir tudo
Tudo que dizem sobre mim
E tudo que me fazem precisar
Não é nada quando estão me tomando tudo
Todos que tentam dificultar
E todos que dizem que nunca conseguirei
Não são mais que um nome na bala que miro
* Não faço muita idéia do que exatamente querem dizer na frase original, então inventei qualquer coisa.
Para mim, fala lindamente sobre sociedade de consumo e a violência lógica e inevitável que a acompanha (embora eles tentem fazer parecer que não é assim). FNORD
Como estou on the mood, a tradução (como sempre, livre) vai de graça para vocês – mas sempre lembrando que a versão original é naturalmente melhor e mais clara.
Bala com um Nome
Minhas intenções estão dispostas para todos verem
Sem remorso pelos sentimentos que trazem
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Porque a causa de tudo, a hesitação que você acredita ver
É, na verdade, preparação para a resistência*
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Veja todos assistindo e formando seu julgamento
Sobre cada pequeno movimento, cada decisão minha
Como posso ser um indivíduo com o peso do mundo,
Com oito planetas mais a conquistar?
E com tudo acontecendo, disparos estalando
E pessoas correndo em todas as direções
Com as mãos ao alto, rezando para o fim do drama
Flagro minhas mãos procurando dinheiro para gastar
O preço das coisas que preciso
Aumenta a cada dia
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
O modo como trabalho tanto pelas coisas
Que simplesmente tiram de mim
Tenho uma bala com um nome inscrito
Uma bala com um nome
Trabalho mais que cem mulas lá do México
Sem água, sem nuvens, sem sombra
Mais quente que o Inferno, sem sineta de almoço
Forno vazio de novo, por mais uma opinião ruim
Quer dizer: quem não quer
Carros, dinheiro, fama, atenção
Bares, agrados, jogos, atenção, estrelas?
Engraçado como dizemos que não precisamos
Para logo virar as costas e tentar conseguir tudo
Tudo que dizem sobre mim
E tudo que me fazem precisar
Não é nada quando estão me tomando tudo
Todos que tentam dificultar
E todos que dizem que nunca conseguirei
Não são mais que um nome na bala que miro
* Não faço muita idéia do que exatamente querem dizer na frase original, então inventei qualquer coisa.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Currently feeling: like shit
O que deveríamos estar buscando?
Responda: (1) como indivíduo e (2) como sociedade.
(1) Meu trabalho está aliviando o bastante para me dar tempo de conversar com pessoas e vasculhar a Internet. Nessas ocasiões, surge a pequena coceirinha que logo crescerá e se tornará uma linda sensação de inutilidade – provavelmente uma reação natural e passageira ao período imediatamente anterior, cuja palavra de ordem era produtividade. Ainda assim, a coceirinha nunca some de todo.
Tempo extra para conversar e vasculhar é também tempo extra para pensar e, quanto mais penso, mais me convenço de que meu trabalho não muda nada. As semanas passam tão rápido que não há mais como diferenciar os dias; são todos o mesmo. Recebi hoje uma caixa de bombons; ainda lembro do agrado da Páscoa passada (e se EU lembro de algo, é porque realmente faz pouco tempo, mesmo que relativamente). Um ano, e meu trabalho não mudou nada, eu não mudei nada no meu trabalho, nada mudou nada em nada. É assim mesmo? Ou eu deveria estar buscando mais, mudando mais, fazendo mais diferença? O que estou fazendo agora parece muito pequeno, a vida não pode ser só isso. O que, então, deveria estar buscando?
Deveria estar ajudando pessoas, fazendo coisas, coisas que importam, coisas que marcam, coisas que mudam as coisas? Deveria fazer diferença, me destacar por algo, ser um modelo, imitado, seguido? É isso mesmo? Deveria me aperfeiçoar, buscar reconhecimento, ser um eu melhor, enfim: deveria buscar eliminar a coceirinha? De que isso ajuda? Isso ME ajuda, mas não muda mais nada; só muda a mim mesmo, me torna o que acho que deveria ser, me dá argumentos para defender minha existência, mas ela não deixa de ser mesquinha e egocêntrica. Para resolver o mundo, basta resolver a mim mesmo? De forma isolada? Isso ainda parece muito pequeno, a vida ainda não pode ser sobre isso.
Há quem seja notável e fundamental para a sociedade que conhecemos sem sequer se dar conta disso. Leonardo da Vinci teria imaginado a influência que exerceria nos séculos que seguiram sua morte? Albert Einstein teria concebido a revolução que suas idéias e teorias causariam? E, e... quem mais citar? É difícil julgar/comparar personalidades de tal magnitude, e quase impossível elevar-se ao mesmo patamar. Afetar a vida de incontáveis pessoas de forma tão básica, redefinir a sociedade. E para quê? Para tornar as coisas melhores para os bilhões que não buscam nada, não mudam nada, não fazem diferença alguma? De que vale isso, impulsionar aqueles que abandonarão o impulso? Ainda parece pequeno, efetivamente não muda nada e, de fato, soa mais deprimente que as opções anteriores: é a conivência com a mediocridade.
O que deveríamos estar fazendo, então? Combatendo a mediocridade? Promovendo o aperfeiçoamento coletivo? Revolucionando a sociedade de dentro para fora? Isso é grande demais para uma vida! Do pequeno, se passa ao muito grande sem meio termo, sem real opção. Não há nada a buscar, então? É ISSO?
[Ah sim, meu humor está terrível hoje. Click-click.]
(2) Deixar o indivíduo em paz.
Responda: (1) como indivíduo e (2) como sociedade.
(1) Meu trabalho está aliviando o bastante para me dar tempo de conversar com pessoas e vasculhar a Internet. Nessas ocasiões, surge a pequena coceirinha que logo crescerá e se tornará uma linda sensação de inutilidade – provavelmente uma reação natural e passageira ao período imediatamente anterior, cuja palavra de ordem era produtividade. Ainda assim, a coceirinha nunca some de todo.
Tempo extra para conversar e vasculhar é também tempo extra para pensar e, quanto mais penso, mais me convenço de que meu trabalho não muda nada. As semanas passam tão rápido que não há mais como diferenciar os dias; são todos o mesmo. Recebi hoje uma caixa de bombons; ainda lembro do agrado da Páscoa passada (e se EU lembro de algo, é porque realmente faz pouco tempo, mesmo que relativamente). Um ano, e meu trabalho não mudou nada, eu não mudei nada no meu trabalho, nada mudou nada em nada. É assim mesmo? Ou eu deveria estar buscando mais, mudando mais, fazendo mais diferença? O que estou fazendo agora parece muito pequeno, a vida não pode ser só isso. O que, então, deveria estar buscando?
Deveria estar ajudando pessoas, fazendo coisas, coisas que importam, coisas que marcam, coisas que mudam as coisas? Deveria fazer diferença, me destacar por algo, ser um modelo, imitado, seguido? É isso mesmo? Deveria me aperfeiçoar, buscar reconhecimento, ser um eu melhor, enfim: deveria buscar eliminar a coceirinha? De que isso ajuda? Isso ME ajuda, mas não muda mais nada; só muda a mim mesmo, me torna o que acho que deveria ser, me dá argumentos para defender minha existência, mas ela não deixa de ser mesquinha e egocêntrica. Para resolver o mundo, basta resolver a mim mesmo? De forma isolada? Isso ainda parece muito pequeno, a vida ainda não pode ser sobre isso.
Há quem seja notável e fundamental para a sociedade que conhecemos sem sequer se dar conta disso. Leonardo da Vinci teria imaginado a influência que exerceria nos séculos que seguiram sua morte? Albert Einstein teria concebido a revolução que suas idéias e teorias causariam? E, e... quem mais citar? É difícil julgar/comparar personalidades de tal magnitude, e quase impossível elevar-se ao mesmo patamar. Afetar a vida de incontáveis pessoas de forma tão básica, redefinir a sociedade. E para quê? Para tornar as coisas melhores para os bilhões que não buscam nada, não mudam nada, não fazem diferença alguma? De que vale isso, impulsionar aqueles que abandonarão o impulso? Ainda parece pequeno, efetivamente não muda nada e, de fato, soa mais deprimente que as opções anteriores: é a conivência com a mediocridade.
O que deveríamos estar fazendo, então? Combatendo a mediocridade? Promovendo o aperfeiçoamento coletivo? Revolucionando a sociedade de dentro para fora? Isso é grande demais para uma vida! Do pequeno, se passa ao muito grande sem meio termo, sem real opção. Não há nada a buscar, então? É ISSO?
[Ah sim, meu humor está terrível hoje. Click-click.]
(2) Deixar o indivíduo em paz.
terça-feira, 3 de abril de 2007
+ valores + furiosos
Existe curso de batismo para quem vai apadrinhar1 pessoas. "Curso"; na verdade, uma tarde na Igreja. Achei que seria uma oportunidade de lembrar um pouco dos tempos de infância, quando freqüentava a missa sem questionar muito, quando as coisas pareciam fáceis e certas. Achei que seria até nostálgico e familiar. Não foi.
Incrível como os católicos conseguem estar ainda mais intolerantes do que há uns 14 anos. Durante 4 horas e meia, ouvi gente desprezando outras religiões e atacando os homossexuais exaltadamente. Ouvi gente babando de raiva ao bradar contra insinuações acerca de padres "decadentes" (não lembro do termo, não foi bem esse) – hahahaha; também, olha a noção do insinuador! Ouvi gente contrapondo bom senso com dogmas. Não estava exatamente esperando encontrar apologia à drogas e aborto, mas ao menos que alguém percebesse o que é ou não praticável e desejável numa sociedade.
Como eu tinha que passar por aquilo mesmo, tentei trilhar o caminho do meio, falando2 sobre o que vejo de bom no cristianismo: ser um aglomerado de práticas capazes de regular decentemente uma sociedade. "Não matar", por exemplo, parece uma boa regra para manter as coisas organizadas. Naturalmente, você não precisa de uma religião para te dizer que matar gente não é uma forma polida de resolver seus problemas. (Espero que não precise.) Mas se a religião te dá um sentido especial para evitar matar pessoas, creio que alguns potenciais homicidas pensem duas vezes. Mais ou menos da mesma forma que a polícia dá sentido às coisas: estipulando punições. O Novo Testamento até tem regras mais positivas, como "ame todo mundo"; o que é natural, já que Jesus foi um hippie3 dentre os seus. O cristianismo defende vários valores que beneficiam uma sociedade. Valores são legais, todos gostamos de valores. Exceto os coordenadores de grupos de curso de batismo: eles querem é ouvir que as coisas são feitas porque "deus4 é poderoso e único" ou "deus merece a nossa gratidão por ter feito tudo" ou ainda "deus é misterioso e entende o que é melhor para cada um de nós". Isso quando não recomeçam as ameaças.
Enfim, agora tenho um certificado, válido por três anos. Vou tentar apadrinhar o maior número de moleques que conseguir, porque certamente não vou fazer o curso de novo.
Newsflash: o catolicismo agora aceita e abençoa "casais de segunda união", vejam só. Who cares a lot?
1 Não exatamente como os mafiosos fazem.
2 Tinha essa parte para tornar tudo ainda mais interminável: interação forçada.
3 Vejamos: (1) crítica às instituições estabelecidas e aos valores da classe dominante, (2) ideologia da paz e do amor, (3) falar na boa com prostitutas, (4) quebra de paradigmas e busca de novos caminhos, (...)
4 Eu sei que está escrito com 'd' minúsculo. Estou fazendo isso para irritar pessoas.
Incrível como os católicos conseguem estar ainda mais intolerantes do que há uns 14 anos. Durante 4 horas e meia, ouvi gente desprezando outras religiões e atacando os homossexuais exaltadamente. Ouvi gente babando de raiva ao bradar contra insinuações acerca de padres "decadentes" (não lembro do termo, não foi bem esse) – hahahaha; também, olha a noção do insinuador! Ouvi gente contrapondo bom senso com dogmas. Não estava exatamente esperando encontrar apologia à drogas e aborto, mas ao menos que alguém percebesse o que é ou não praticável e desejável numa sociedade.
Como eu tinha que passar por aquilo mesmo, tentei trilhar o caminho do meio, falando2 sobre o que vejo de bom no cristianismo: ser um aglomerado de práticas capazes de regular decentemente uma sociedade. "Não matar", por exemplo, parece uma boa regra para manter as coisas organizadas. Naturalmente, você não precisa de uma religião para te dizer que matar gente não é uma forma polida de resolver seus problemas. (Espero que não precise.) Mas se a religião te dá um sentido especial para evitar matar pessoas, creio que alguns potenciais homicidas pensem duas vezes. Mais ou menos da mesma forma que a polícia dá sentido às coisas: estipulando punições. O Novo Testamento até tem regras mais positivas, como "ame todo mundo"; o que é natural, já que Jesus foi um hippie3 dentre os seus. O cristianismo defende vários valores que beneficiam uma sociedade. Valores são legais, todos gostamos de valores. Exceto os coordenadores de grupos de curso de batismo: eles querem é ouvir que as coisas são feitas porque "deus4 é poderoso e único" ou "deus merece a nossa gratidão por ter feito tudo" ou ainda "deus é misterioso e entende o que é melhor para cada um de nós". Isso quando não recomeçam as ameaças.
Enfim, agora tenho um certificado, válido por três anos. Vou tentar apadrinhar o maior número de moleques que conseguir, porque certamente não vou fazer o curso de novo.
Newsflash: o catolicismo agora aceita e abençoa "casais de segunda união", vejam só. Who cares a lot?
1 Não exatamente como os mafiosos fazem.
2 Tinha essa parte para tornar tudo ainda mais interminável: interação forçada.
3 Vejamos: (1) crítica às instituições estabelecidas e aos valores da classe dominante, (2) ideologia da paz e do amor, (3) falar na boa com prostitutas, (4) quebra de paradigmas e busca de novos caminhos, (...)
4 Eu sei que está escrito com 'd' minúsculo. Estou fazendo isso para irritar pessoas.
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